Entre as chamadas "profissões do futuro", atividades ligadas ao agronegócio têm um lugar de destaque. O mercado cresce com uma limitada quantidade de mão de obra especializada, o que faz a oferta de empregos e altos salários exigirem profissionais cada vez mais qualificados.
Pensando nisso, a revista Globo Rural faz um especial com os dez ofícios mais cobiçados e exigidos pelo agronegócio, com explicação sobre as funções dos cursos, as melhores universidades avaliadas pelo MEC e entrevistas com profissionais já destacados em suas profissões. Tudo o que é preciso
saber para dar o passo mais importante do seu início de carreira.
A zootecnista Ana Cláudia Ambiel acredita que o número de mulheres na área está aumentando consideravelmente (Foto: Arquivo Pessoal)
Para começar, falar sobre zootecnia é explicar o porquê da profissão ser diferente de medicina veterinária. Enquanto o primeiro lida com o bem-estar, alimentação e manejo animal no geral, visando sua produção, o veterinário é o responsável pela saúde dos bichos, sendo o único autorizado a tratar doenças e fazer cirurgias.
Solucionada a dúvida, é hora de saber mais sobre o curso de zootecnia, que é razoavelmente novo no Brasil. A primeira faculdade foi fundada em Uruguaiana (RS), em 13 de maio de 1966, data que também virou o Dia do Zootecnista. Atualmente o curso é ministrado em 112 instituições de ensino, de onde saem cerca 3,5 mil profissionais anualmente.
Área de atuação
A presidente do Conselho Nacional de Educação da Zootecnia, Ana Cláudia Ambiel, alerta que os zootecnistas também têm que aprender um pouco sobre o solo e produção agrícola. "O gado, por exemplo, se alimenta de pasto. Logo, o solo também é objeto de estudo para melhorar a nutrição animal". Mas não só os bichos de fazenda são alvo de estudos: os pets como cachorros e gatos também têm relação direta com a profissão. "O comportamento e a nutrição deles também podem ser cuidados por um zootecnista, criando, por exemplo, sua ração e dieta balanceada", explica Ana Cláudia.
Durante o curso, matérias das ciências biológicas são o foco, mas algumas matérias de matemática e sociologia aplicadas entram no currículo. "A gestão de empresas do agro também é competência nossa".
O perfil dos estudantes e de quem já está inserido no mercado mudou desde o princípio do curso. Ana Cláudia cita que desde que se formou, em 1992, o zootecnista não precisa ser um "cara do campo". "Muitos moram em cidades e vêm de grandes metrópoles para estudar o agronegócio. Outro diferencial do tempo é a participação de mulheres, que vem crescendo bastantes nos últimos anos".
Mercado de Trabalho
Outro grande atrativo é a busca por recém-formados na área. "As empresas têm nos procurado, pedindo indicações para contratação. Hoje é bem mais fácil que antes, mas eu só mandei currículo uma vez, para conseguir estágio. Depois sempre era convidada para integrar empresas", contou Ana.
A valorização da profissão deve-se ao grande destaque brasileiro na exportação de carnes bovina e suína. As grandes empresas deste ramo recrutam para que os animais sejam bem tratados e sua carne e derivados como leite cheguem à mesa do consumidor. São fazendas produtoras e até estabelecimentos que lidam diretamente com a matéria prima de seus produtos.
Onde estudar
Média salarial
Logo que sai da faculdade, o zootecnista costuma receber o piso salarial da profissão, que corresponde a oito salários mínimos. Após adquirir maior experiência, pode chegar a 13 salários mínimos.